O Romantismo - tanto português, como brasileiro - usou e abusou de poemas com o enfoque do exílio, e seu maior ícone é "Canção do exílio", de Gonçalves Dias, poema que, composto em 1843 e publicado em livro em 1846, tem sido um grande alvo de intertextualidade, de um ponto de vista seja brasileiro, seja português. Assim, vários autores valeram-se de dados básicos da canção de Gonçalves Dias ou simplesmente do tema do exílio para também idolatrar sua terra natal. Este poema, devido a sua intensidade e a sua identificação com o momento histórico, sofreu várias recriações e paródias, e uma delas é o poema "Europa, França e Bahia" de Carlos Drummond de Andrade . A língua interagindo com o tempo e o espaço. Europa, França e Bahia (Carlos Drummond de Andrade) Meus olhos brasileiros sonhando exotismos. Paris. A torre Eiffel alastrada de antenas como um caranguejo. Os cais bolorentos de livros judeus e a água suja do Sena escorrendo sabedoria.
O pulo da Mancha num segundo. Meus olhos espiam olhos ingleses vigilantes nas docas.
Tarifas bancos fábricas trustes craques. Milhões de dorsos agachados em colônias longínquas formam um tapete para sua Graciosa Majestade Britânica pisar. E a lua de Londres como um remorso.
Submarinos inúteis retalham mares vencidos. O navio alemão cauteloso exporta dolicocéfalos arruinados. Hamburgo, umbigo do mundo. Homens de cabeça rachada cismam em rachar a cabeça dos outros dentro de alguns anos.
A Itália explora conscienciosamente vulcões apagados, vulcões que nunca estiveram acesos a não ser na cabeça de Mussolini. E a Suiça cândida se oferece numa coleção de postais de altitudes altíssimas.
Meus olhos brasileiros se enjoam da Europa.
Não há mais Turquia O impossível dos serralhos esfacela erotismos prestes a deslanchar. Mas a Rússia tem as cores da vida A Rússia é vermelha e branca. Sujeitos com um brilho esquisito nos olhos criam o filme bolchevista e no túmulo de Lenin em Moscou parece que um coração enorme está batendo, batendo mas não bate igual ao da gente...
Chega! Meus olhos brasileiros se fecham saudosos. Minha boca procura a "Canção do Exílio". Como era mesmo a "Canção do Exílio"? Eu tão esquecido de minha terra... Ai terra que tem palmeiras onde canta o sabiá!
Postado pela equipe 2 - Período Românico - 19/03/2010.
Texto Original do Galego-Português e sua Respectiva Tradução
1. O mar enche par' arriba 1. O mar enche para arriba e debala par'abaixoe devala para abaixo así fai quên ten amores assim faz quem tem amores n'esta Vila de Rianxo. nesta vida de Rianjo.
2. Rianxiñas, rianxeiras, 2. Rianjinhas, rianjeiras, rianxiñas de Rianjo; rianjiñas de Rianjo, rianxeiras son aquelas rianjeiras são aquelas que van pol-o mar abaixo. que vão pelo mar abaixo.
3. Santo San Bartolomé 3. Santo São Bartolomeu está n-o medio d'a ría; está no meio da ria: por un lado tên a Rianxo por um lado tem Rianjo ê á outro a Vilagarcía. e a outro a Vila-Garcia.
4. De Rianxo para Leiro 4. De Rianjo para o Leiro aprendín á sangrador aprendi a sangrador para sangrar as meniñas para sangrar às meninas que teñen malo ó color. que têm mau a cor.
5. O cura de Targoño 5. O cura de Taragonha tên unha ducia de amas, tem uma dúzia de amas, tres Marías, tres Antonias, três Marias, três Antônias, tres Pepas, tres Xulianas. três Pepas, três Julianas.
6. Eu caseime n-o Araño, 6. Eu casei no Aranho co-a filla d'un arañón; com a filha dum aranhão; roupa tiña, e diñeiro, roupa tinha e dinheiro, pero bonitura, non. mas bonitura, não.
7. Deprendéronm'e a cantar 7. Depreenderam-me a cantar as miniñas de Rianxo, as meninas de Rianjo deprendérom'a cantar depreenderam-me a cantar indo polo mar abixo. indo pelo mar abaixo. 8. Viva Leiro, viva Leiro, 8.Viva Leiro, viva Leiro Santa Baia tamém viva; Santa Baia também viva; entre Leiro e Santa Baia entre Leiro e Santa Baia eu teño a quen ben quería. eu tenho a quem bem queira.
9. Quérenm'as nenas d'aquí 9. Querem-me as nenas de aqui e as d'a banda de Leiro e as da banda de Leiro se me collen por Rianxo se me colhem por Rianjo reñeránm'en Abanqueiro. rifaram-me em Abanqueiro
LÍNGUA CRIOULA DE GUINÉ, FILHA DO PORTUGUÊS DO BRASIL - LÍNGUA GERANDO LÍNGUA
KE KU MININO NA TCHORA? POR QUE O MENINO ESTÁ CHORANDO?
Línguas Crioulas do Guiné e o Português do Brasil
MÚSICA: KE CU MININO NA TCHORA – BIDINTE (1972)
KURPU – CORPO-DUR – DOR
MATU KEMA, KASA KEMA - MATO QUEIMA,CASA QUEIMA.
Estas pronúncias não são estranhas no Português do Brasil:no interior do Pará o [o] se torna [u] BOTO – BUTO.
QUEMA – QUEIMA Também se ouve emregiões como Minas Gerais
O TCHORA se ouvia no Estado de São Paulo no começo do século XX e hoje se ouve nas imediações do Cuiabá-MT.(Mário Eduardo Viaro, Revista: Língua Portugesa. Ano 3 nº 33 - Julho de 2008.)
Postado pela equipe 2 - Período Românico - 20/04/2010
As palavras féria, feriado e feira têm muito mais coisas em
comum do que essa semelhança sonora. Feriado é um adjetivo que veio do latim feriatus e significa “que
está em festa”. A palavra féria, singular de férias, além de ser “dia de
repouso” ou “período de descanso” significa também o pagamento que se faz a um
operário ou o total de dinheiro que alguém recebe por algum trabalho. Tanto que
se usa como sinônimo de salário.
A palavra feira também veio do latim e tem a mesma origem de
féria. No começo, as duas palavras significavam ao mesmo tempo “dia de repouso”
e “dia de festa”. Isto porque, quando era dia de festa religiosa, as pessoas
aproveitavam para vender seus produtos nos locais onde aconteciam as
manifestações. Até hoje, é assim, pois nos feriados, muita gente trabalha para
que outros possam festejar.
Postado pelo Grupo do período pre-românico (Giancarlo, Anderli, Ramom, Jessica, Fátima, Móises Morais e Nathalie).